segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Propósito de Umas Revoluções

Tenho acompanhado com bastante ânimo os recentes acontecimentos na Tunísia, no Egipto e por muitos dos países do Médio Oriente e Norte de África.

É óbvio que há o sofrimento, a instabilidade, até a morte. Isso todos lamentamos.

Mas não é disso que falo.

Do que falo é do espírito. O que move aquelas pessoas. Jovens, muitos licenciados, trabalhadores, muitos miseráveis, mulheres, católicos, muçulmanos, enfim, o povo.

As dificuldades levaram a que a situação de tornasse insuportável e as pessoas organizaram-se e revoltam-se contra o poder instalado.

É uma espécie de mensagem, não só para os países mais pobres, mas também para os países desenvolvidos que passam dificuldades, como é o caso do nosso. É uma mensagem para que aqueles que decidem nunca esqueçam: o povo é quem mais ordena!

Podem bater, prender, silenciar. Podem limitar o acesso à comunicação. Podem dizer que é tudo inevitável e que a nossa realidade é a melhor possível e que não vale a pena lutar. Podem fazer isso tudo e o povo pode até calar, consentir, deixar andar. Mas nunca se esqueçam que ainda assim é ele que manda. E um dia pode revoltar-se. E um dia pode dizer basta! E quando esse dia chegar, como temos visto, de nada adianta a propaganda, a demagogia, os powerpoints.

É o povo quem manda! E por muito que nos andem há imenso tempo a "vender" outra realidade, a verdade será sempre essa.

E independentemente do que acontecer nestes países, essas pessoas já ganharam e, no fim, ganharemos todos. Ganhamos a confirmação da ideia que estava adormecida, a ideia que o rumo da vida não está necessariamente contaminado com o veneno da inevitabilidade e que as coisas podem mudar. Basta que se queira. Basta que o povo queira.

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